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Como a ressonância magnética nuclear ajudou a desmascarar manteiga falsificada

A fraude alimentar é um problema global que movimenta um mercado bilionário. E o crescimento do consumo de laticínios no Brasil acende um alerta sobre a adulteração nesse tipo de produto. Uma das práticas consiste em substituir a gordura do leite, ingrediente nobre e nutritivo, por alternativas mais baratas, como óleo de palma, margarina ou até banha de porco, criando sérios riscos à saúde.

Em uma operação no estado de Minas Gerais, a Polícia Federal apreendeu lotes de uma marca de manteiga vendida em supermercados sob suspeita de adulteração. Para desvendar a fraude, peritos recorreram a uma parceria com cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que utilizaram uma tecnologia de ponta para a investigação.

“Qualquer tipo de adulteração, falsificação ou alteração, como no caso da manteiga, corresponde à prática de procedimentos não controlados, sem garantias, podendo colocar em risco a saúde humana”, diz o perito da Polícia Federal Ricardo de Oliveira Mascarenhas, que atua na área há 17 anos. “O produto perde sua certificação e segurança. Acrescenta-se ainda que a adição de componentes exógenos à manteiga implica em prejuízos à saúde, principalmente de pessoas que necessitam de alimentação restritiva”.

As 20 amostras apreendidas pela Polícia Federal, junto a matérias-primas como óleo de palma e aromatizantes encontrados nos locais de produção, foram levadas ao Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) da UFPR.

A principal ferramenta utilizada na investigação foi a espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN), técnica que funciona como uma espécie de “impressão digital química”. Ela analisa a composição química de qualquer material e revela seus componentes, sendo ideal para detectar adulterações.

Por meio dos espectros de RMN, os pesquisadores verificaram a adulteração dos produtos.“Empregando a técnica de RMN e de análise isotópica (que identifica a composição de substâncias pela proporção de isótopos presentes), averiguamos que as amostras a serem comercializadas estavam adulteradas pelo emprego de materiais como óleo vegetal e aromatizantes”, diz Leice Novais, estagiária de pós-doutorado e autora principal do estudo. Legalmente, a manteiga só pode conter gordura láctea.

O docente Andersson Barison, vinculado ao Laboratório Multiusuário de RMN da UFPR, explica que a técnica permite analisar a composição química de qualquer tipo de amostra, até por exemplo saber se uma batata é ou não de produção orgânica.

De acordo com Novais, o Laboratório de RMN se fundamenta na necessidade de capacitar peritos para que eles mesmos possam desenvolver suas análises utilizando o equipamento de RMN, tanto a parte técnica quanto a discussão dos resultados nos laudos apreciados por eles. Por isso, as análises foram desenvolvidas pela pesquisadora e pelo perito criminal responsável, que esteve presente em todo o período experimental.

Leia a matéria completa aqui.

Fonte: Reprodução/Ciência UFPR.

Universidade Federal do Paraná Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear
Av. Cel. Francisco H. dos Santos, 100 81531-980, Curitiba, Paraná labrmn@ufpr.br
Universidade Federal do Paraná Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear Av. Cel. Francisco H. dos Santos, 100 81531-980, Curitiba, Paraná labrmn@ufpr.br (41) 3361-3268

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